O lenhador

 Conta uma fábula que havia um velho muito conhecido por ser o melhor lenhador das redondezas. Ninguém o superava em quantidade de lenha cortada num dia.

Um jovem rapaz o admirava e durante anos treinou para ser melhor que o velho.

Quando sentiu que já tinha todas as técnicas e a força necessária para vencer qualquer um, foi até o velho lenhador desafio-lo para um duelo. Quem cortasse mais arvores durante um dia ganharia a contenda.

O velho aceitou o desafio e foi marcado o dia da disputa!

Pessoas de várias cidades vizinhas apareceram para assistir ao duelo! E ambos empunhando seus machados, se embrenharam na mata a procura de boas árvores para derrubar.

O jovem lenhador empregava toda sua força, sem parar ia lascando a madeira e derrubando árvore atrás de árvore.

As vezes procurava pelo velho lenhador e o via sentado. Pensava consigo que a velhice já derrubara seu adversário pelo cansaço. E prosseguiu sem parar de golpear as árvores, queria mostrar ao povo quem era o melhor lenhador da região agora!

Ao final da disputa, o jovem lenhador, exausto mas confiante foi até a banca de juízes. Estava lá o velho lenhador tranquilo, conversando com seus amigos. Nem parecia cansado!

Os juízes voltam com o resultado e anunciam o velho lenhador como vencedor, com quase o dobro da quantidade de árvores cortadas.

O jovem perplexo quis saber como o velho conseguiu cortar mais lenha que ele, sendo que ele não havia parado nem um minuto enquanto via o velho sentado descansando.

O velho disse:

“Quando você me via sentado, não estava descansando, parado. Eu estava amolando meu machado!”

Amolar o machado…

Um machado mal afiado não vai fazer um bom trabalho, mesmo que o lenhador seja muito forte e eficiente. Um machado mal afiado vai lhe dar mais trabalho, vai demandar mais esforço e por vezes não vai lhe trazer o resultado esperado.

Mas muitas vezes estamos tão centrados em “derrubar a árvore” que não percebemos que o “machado” está sem corte. E continuamos a golpear sem parar esperando que o resultado apareça.

Nosso machado são nossas ferramentas: talentos, habilidades, conhecimentos, sentimentos, inteligência mental, inteligência emocional, inteligência social, inteligência espiritual. Tudo isso está dentro de nós. E instintivamente, escolhemos nossas ferramentas e as ajustamos para cada atividade que vamos fazer. Porém, esquecemos de parar vez por outra para afiá-las novamente! É nesse momento que desperdiçamos nosso esforço, nosso tempo… e nossa vida!

Precisamos escolher as ferramentas certas, moldá-las de acordo com o que vamos fazer, ajustá-la quando necessário e aprimora-las quando oportuno.

Pense um pouco! Quantas vezes você se atira desatinado em tarefas sem pensar realmente no que está fazendo? Quantas rotinas você faz simplesmente porque acredita precisar fazer?

Dessas atividades quais te levam ao lugar onde você quer ir? Você está usando suas melhores ferramentas para fazer essas atividades?

Você como mãe ou pai, tem a rotina de cuidar de seu filho… o quanto dessa rotina está automática? Você está sendo mais motorista do que mãe quando leva ele para escola? Está sendo mais babá do que pai quando leva ele para o parquinho? Está mais “perto pra ele não se machucar” do que prestando atenção à suas descobertas?

Você como esposa ou marido, que constitui uma família… tem prestado atenção à ela? O quanto seu comportamento tem sido automático? Quanto de você mesmo você tem depositado na relação? Quais os sentimentos e ações que deixavam vocês próximos você ainda cultiva? Ou melhora?

Você como profissional, tem seus afazeres… mas quanto das suas habilidades e talentos estão sendo empregados? Quais habilidades melhores você tem para fazer as atividades? Quais atividades realmente são importantes? Que conhecimentos você está agregando para melhorar suas habilidades?

Você como empresário, está lutando para manter a empresa em pleno voo… mas quanto das rotinas técnicas e burocráticas o estão cegando do horizonte e você está se perdendo nos objetivos da empresa? Quanto da sua energia você gasta em apagar incêndios ao invés de fazer negócios estratégicos para reduzir custos ou aumentar a demanda?

Se você se deixa levar pelo dia a dia, executando, executando sem parar, sua vida paralisa, ela não evolui e seu esforço é só para manter os golpes cada vez mais ineficientes de seu machado.

Se você para de tempos em tempos para repensar seus papeis, suas atitudes e comportamentos, dará a si mesmo a chance de mudar, de melhorar!

Não se perca em si mesmo! Pare agora e afie seu machado!

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